Nos últimos anos, a agenda ESG ganhou enorme força. Segundo dados do portal Expert XP, em 2021, os investimentos em fundo negociado em bolsa (ETF) superaram US$ 370 bilhões, 84% a mais em comparação ao ano anterior.
O interesse crescente dos investidores em empresas que adotam boas práticas em Sustentabilidade, Social e Governança fez as organizações brasileiras voltarem mais esforços no cumprimento da pauta. Afinal, sua lucratividade e seu brand equity estão em jogo.
Dentro da agenda ESG, o S de social é o pilar em que se encontram a Diversidade e a Inclusão (D&I), e as organizações se mostram preocupadas com esta questão. De acordo o relatório “Diversidade Aprendiz”, elaborado pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) em parceria com a Somos Diversidade, quase 90% das empresas entrevistadas responderam que querem ser reconhecidas por valorizar a diversidade.
E a diversidade importa! A pesquisa da Mckinsey “Diversity Matters: América Latina”, de 2020, expõe diversos impactos positivos resultantes das ações em D&I em vários aspectos, desde a saúde organizacional ao aumento da performance financeira.
Fica claro, portanto, que as iniciativas não se tratam apenas de uma luta social para combater as desigualdades e o preconceito, elas são, de fato, fatores que geram resultados mercadológicos.
No entanto, como um tema sensível, é preciso ampliar a discussão. E é por isso que resolvi produzir este artigo, a fim de destacar algo importante para as estratégias de D&I: a inclusão de profissionais 50+.
25% e 29% são as taxas apontadas por pesquisas sobre grupo geracional (50+)
Ao analisar as pesquisas que abordam o assunto, percebi que o grupo geracional, que são os profissionais 50+, em comparação aos demais, conta com baixos percentuais. 25%, segundo o relatório da Deloitte “Diversidade, equidade e inclusão nas organizações”, feito em 2021, e 29%, de acordo com o levantamento Diversidade Aprendiz.
É evidente que todos os grupos são importantes, porém vejo que, especificamente, os profissionais mais maduros não estão recebendo a quantidade de oportunidades necessárias na composição dos quadros nas empresas.
Além disso, segundo uma pesquisa da InfoJobs, realizada em abril do ano passado, 70% dos entrevistados com 40+ responderam que já sofreram discriminação em razão da idade.
O mesmo levantamento revelou que mesmo se mantendo atualizados, ou seja, investindo na sua própria capacitação, os profissionais seniores não conseguem uma colocação.
Somada à experiência, expertise e aquisição de novos conhecimentos, os profissionais 40+ e 50+ têm um grande potencial. O que sobra realmente é o preconceito, que precisa ser combatido não somente porque prejudica o desenvolvimento da sociedade, mas também pelo desperdício de talentos que ocorre ao não abrir espaço para esse grupo no mercado de trabalho.
Quando há inclusão de profissionais seniores, ganha-se em inovação e produtividade
Uma das conclusões do estudo “Rotas Diversidade e Longevidade 2035”, produzido pelo Sesi e pelo Sistema Fiep, é que os ambientes de trabalho intergeracionais são mais produtivos e inovadores.
Acrescento ainda que as organizações ganham mais rapidez na solução de crises, uma vez que já passaram por muitas, tanto na vida profissional quanto na pessoal. Ademais, profissionais 40+ ou 50+ contribuem para o aumento da expertise da empresa ao compartilharem seus conhecimentos e experiências aos demais times.
São diversos os benefícios e eles são percebidos, o que resulta na inclusão dos profissionais seniores nos programas de D&I das empresas, embora os percentuais sejam baixos.
Com a minha vivência e estudo, não somente o preconceito é obstáculo, mas também a dificuldade das lideranças em gerenciar possíveis conflitos entre profissionais de diferentes idades.
O antídoto para vencer o desafio é o preparo. Os gestores de RH precisam de ferramentas para compreender o assunto e criar estratégias que gerem resultados. E é nesse âmbito que atuo, na capacitação de líderes para lidar com o tema.
Com metodologia, empresas superam barreiras e executam verdadeiramente ações efetivas em D&I, que também é Diversidade Etária. Se você, líder de RH, concorda e identifica que precisa adquirir habilidades para lidar com essa questão, convido-o a discutir o assunto comigo. Deixe a sua mensagem.